quinta-feira, junho 30, 2005

Quase Que...


Música:

The Mars Volta-Frances The Mute

Banda formada por dois elementos dos já extintos At The Drive-In (Cedric Bixler e Omar Rodriguez),têm no seu historial já dois albúns que na minha opinião são duas obras primas. Oriundos de El Paso, Texas, têm no psicadelismo sonoro o seu expoente máximo. Uma guitarra que não se cala e uma voz de outro Mundo, fazem-me acreditar que se houvesse música em Marte, soaria assim!Para mim o melhor álbum do ano. Explorem!


Cinema:
Donnie Darko (the director´s cut)

Aqui está o culpado deste atraso. Donnie Darko tem estreia marcada para o nosso País com a versão Director´s Cut esta quinta-feira.
Um dos mais controversos filmes de todos os tempos, não poderia de deixar presença no nosso critério de escolhas e recomendações.
Donnie Darko estreou no ano de 2001 e desde então, as polémicas á sua volta não têm parado.
Sendo um dos sites mais visitados na Internet ,(www.donniedarko.com) com dezenas de forums espalhados pelo Mundo inteiro, incluindo os E.U.A., Donnie leva-nos a Mundos paralelos, viagens sem fim ou a fins do inicio, duma simplicidade imaginária ao alcance de poucos. Richard Kelly, realiza esta obra de arte e deixa-nos exactamente no mesmo sitio de onde nos tira. Algo ali aconteceu mas...o que?
Descubram ou revejam se for o caso.

*(não foi possível postar a capa do filme, porque até ao terminus da nossa redacção, o filme não foi ainda exibido)

Livros:
Estudem fodasse!


Aqui ficam por fim as nossas sugestões para o mês de Junho.
A disponibilidade tem sido menos que muita e a exaustiva busca para vos servir, o nosso objectivo primordial.
Tudo isto somado restou pouco tempo, mas o prometido é de vidro...

sexta-feira, junho 17, 2005

Nevermind

"O americano Gus Van Sant fê-lo de novo: Last Days é um filme vibrante e imenso, uma deambulação por entre os últimos dias de Kurt Cobain, Cristo do rock. Dois anos depois de Elephant, a Palma de Ouro pode ser dele outra vez? "
Publico


Finalmente um filme sobre Kurt Cobain; ainda que dissimulado, espero-o com grande ansiedade. Tenho que confessar que é um dos meus ídolos de infância: sempre gostei de anti-heróis... Talvez o suicídio e o misticismo que o envolveu tenha influenciado esta minha preferência - um suicídio deixa sempre marcas; apaga umas, deixa outras...
O que me cativou em Kurt Cobain não foi a sua história, mas a sua arte, a sua música. Essa ficará para sempre e ficar-me-á para sempre. Lamento o facto de Kurt não ter deixado uma obra mais extensa; por outro lado já deixou suficiente e agradeço-lhe ter terminado a carreira antes de atingir a senilidade - outros grupos musicais de que já gostei não são tão lúcidos, estragaram-se, desiludiram-me. Também estes estão mortos, apenas o não sabem; se soubessem estoiravam os miolos...
Foi em Abril o aniversário da sua morte. É engraçado como me lembro desta data e não da sua data de nascimento; quem abraça a vida festeja o nascimento, quem abraça a morte... E aposto que, estejas onde estiveres, Kurt, todos os meses de Abril festejas a tua libertação; ou talvez já tenhas atingido o tão esperado nirvana e já tenhas mergulhado nesse oceano de calma e tranquilidade, lugar onde o tempo não conta, não mora... Desejo-te o melhor...
Fica aqui mais uma homenagem, uma de muitas, insignificante para ti, mas importante para mim. Há quem diga que foste um fraco. Não concordo; acho que foste corajoso. Acho que devemos homenagear sempre os corajosos (não os loucos!); e admirarei sempre alguém que, como tu, teve a imensa coragem de assumir publicamente e de forma tão marcante a sua cobardia... Até um dia... My friend

quarta-feira, junho 15, 2005

SUBLIMINARIDADE

PORQUÊ ?
ESTUPIDAMENTE NÃO QUEREMOS VER,
RARAMENTE O FAZEMOS E
C
ONTENTAMO-NOS COM A ILUSÃO DO BEM
E PARA QUÊ ?
BASTA-NOS A CAMUFLAGEM DA
ILUSÃO PARA SOBREVIVER . . .
......................................É
ASSIM PARA A

MAIORIA .
ESCONDIDA À FRENTE DOS
NOSSOS OLHOS ESTÁ A
SOLENE MENSAGEM, VERDADE PURA ;
A QUE TENTAMOS IGNORAR, TALVEZ POR NÃO
GOSTARMOS, E FINGIMOS NÃO ACREDITAR :
ESTAMOS MORTOS , TODOS
MORTOS E A VIDA NÃO EXISTE !

MAS PORQUÊ TANTA ADMIRAÇÃO ?
AFINAL É ESSA A NOSSA NATUREZA .
SOMOS ASSIM . . . OU ENTÃO NÃO . . .

quarta-feira, junho 08, 2005

Teste de Fidelidade

9. GUARDAR CASTIDADE NOS PENSAMENTOS E NOS DESEJOS

Eis que ela aparece... O desespero da espera que o consumia e angustiava extinguiu-se nesse instante. O sorriso dele iluminou-se, a satisfação preencheu todo o seu corpo; ela não era linda como uma deusa grega ou romana, mas ficava perto - se bem que, nos dias de hoje, graças à maquilhagem, qualquer mulher vulgar se pode tornar numa modelo (o que prova que os estereotipos nem sempre estão certos: os homens são melhores cozinheiros e as mulheres melhores ilusionistas!). Contudo, o motivo que lhe fazia desejar essa mulher nem sequer era a beleza; ela parecia possuir uma aura muito forte, carregada de sensualidade, capaz de enlouquecer qualquer um; ela poderia parecer uma mulher comum numa simples foto, mas a sua presença inconfundível sentia-se a quilómetros... Ele era um qualquer e, como tal, estava louco por ela... Ele era comprometido, mas o perfume dela toldava-lhe a mente, o espírito - ela inclinou ligeiramente o pescoço e, num tom provocador, perguntou "Cheiro bem?"; as imagens dele a beijar-lhe furiosamente a sua pele apetecível inundaram-lhe o pensamento à velocidade relâmpago! Mas controlou-se e respondeu apenas "Optimamente...", engolindo em seco... Pouco tempo depois já não estava preocupado em controlar-se; a sua única preocupação era saber se ela lhe despertava esses sentimentos inocente, maliciosa ou intencionalmente. Salivou até ao final do dia; fez insinuações e perguntou-se se as acções dela teriam o mesmo significado, o resultado foi inconclusivo; acabou por ficar na defensiva. O tempo passou e foi cada um para seu lado. Enquanto esperava pelos transportes sentiu-se desconfortável e vazio; metade do percurso esteve apático, mudo e, olhando o infinito, tentou conformar-se da desilusão; no resto do caminho o vazio foi preenchido por desepero e raiva - sentiu raiva de si próprio por ter sido tão cobarde, por ter deixado passar a oportunidade, por ter ficado na incerteza. Ficou assim por mais uns momentos, deitado na cama, fixado no televisor apagado. O desconforto acabou por passar; a paixão desvaneceu-se e ressurgiram os velhos sentimentos, menos intensos, mas mais seguros, fortes e sedimentados. Nesse momento quase chorou de arrependimento, todavia acabou por se sentir feliz visto que, no fundo, nada tinha de que se arrepender. "Foi melhor assim...", pensou e, em seguida, fechou os olhos. Sentiu uma última vez a aura do seu amor platónico, despediu-se dele com saudade e apagou definitivamente essa imagem da sua mente. A imagem da sua cara-metade substituiu a anterior, ocupou o seu devido lugar: como era linda! Sorriu-lhe e pediu desculpa, Acabou por adormecer sentindo-se bem, satisfeito por possuir uma das qualidades que mais contribuem para a fidelidade de uma relação amorosa: a cobardia...