quinta-feira, janeiro 20, 2005

Discurso do Ministro Brasileiro de Educação nos EUA...

[Afinal ainda há mails que vale a pena receber; este deu-me muito prazer a ler e o motivo que mais me levou a publicá-lo aqui foi a sua parte final (e, claro, o facto de ser anti-americano ;)]

"Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um Brasileiro dá um "baile" educadíssimo aos Americanos...

Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que Pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros). Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de Todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em Comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo Menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os Arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa!"

ESTE DISCURSO NÃO FOI PUBLICADO. AJUDE-NOS A DIVULGÁ-LO Porque acho muito importante... mais ainda, porque foi Censurado."

quarta-feira, janeiro 12, 2005

O Lado De Fora

Vi concluir-se, antes de tudo, esta parte pacífica da minha juventude, e a partir daí a obrigação que tive foi a de seguir sem freio todas as minhas propensões, embora em condições difíceis.
Senti primeiro simpatias pelo círculo de gente, muito atractivo, onde um extremo niilismo já nada queria saber, nem prosseguir, sobretudo, de quando fora anteriormente admitido como ocupação de vida.
Este meio facilmente me reconheceu como um dos seus.
Ali se extinguiram as minhas últimas possibilidades de voltar um dia ao fluxo normal da existência.
Nada há de mais natural, do que ver tudo a partir da minha própria pessoa, adoptada como centro do Mundo, pois desse modo sinto-me capaz de o poder julgar.
O meu método é muito simples, nomeio tudo aquilo que amo, o resto, esta luz, há-de suficientemente mostrar-se e fazer-se entender.
Assim o pensei, e o que veio depois, disso foi prova…

Pensamento Do Momento:

“No Futuro Ninguém Se Lembrará De Mim” Orson Welles

terça-feira, janeiro 11, 2005

Bloqueios

Uma das vantagens de escrever num blog é a quantidade de papel que se poupa (que não se estraga) quando temos um chamado "bloqueio de escritor". Pessoalmente sempre me irritou ver nos filmes mais antigos, quando ainda se escrevia à máquina, os escritores redigirem duas linhas, depois amarrotarem o papel e lixo! O que será que eles pensam?

"Hum, afinal não é um bom começo; tenho que deitar isto fora porque o que eu quero mesmo é escrever o livro todo de uma vez, sem falhas, para depois não ter que o passar a limpo..."

Será que não era possível dar dois parágrafos, riscar o que foi rejeitado e recomeçar? Aproveitar o papel? Não! É uma formalidade que se tem de cumprir para se oficializar o bloqueio.

"Ok, já enchi o cesto com papéis amarrotados em que só escrevi três frases; agora estou oficialmente 'bloqueado'!"

E se em vez de deitar as folhas inutilizadas para o lixo, se lembrasse de as colocar à parte, num recipiente próprio, e depois as reciclasse? Não acha que era uma boa ideia?

"Não tinha pensado nisso..."

Pois, não pensou nisso... Óbvio que não pensou; se estivesse a pensar em condições não estaria com um bloqueio de escritor...
Com toda esta conversa, quem ficou agora bloqueado fui eu! Paciência: vou amarrotar o computador, deitá-lo para o lixo e amanhã tento escrever outra vez num computador "limpo"...

terça-feira, janeiro 04, 2005

Ursolino

UMA COMPOSIÇÃO POÉTICA SOBRE SEXO, HOMOSSEXUALIDADE, PEDOFILIA,
S.I.D.A. E PREVENÇÃO RODOVIÁRIA


Ursolino era um pobre coitado
no fim acabava sempre enrabado
O rapaz até gostava de mulheres
mas o seu cu aos homens dava prazeres

Ursolino era uma linda criança
estudava e aprendia dança
Mas aos treze ficou sem os seus pais
meteu-se no negócio dos anais

Ficou sem os seus progenitores
o que ao cu lhe trouxe algumas dores
Por causa de um acidente de viação
viu-se obrigado a ir para prostituição

Antes tivesse nascido pêga
podia ir para a Cruz da Galega
Mas como não tinha vagina
ficou a trabalhar numa esquina

Mas na sua região ele não era bem visto
expulsaram-o como se fosse um quisto
Sem dinheiro andava mesmo à toa
resolveu migrar para Lisboa

E assim lá foi para a capital
tornou-se um prostituto bestial
Aos seus clientes habituais
fazia broches e trabalhos manuais

Era lá conhecido por ursinho
o gajo que melhor dava o rabinho
Dessa maneira lá ia sobrevivendo
mas o traseiro já precisava de um remendo

Calhou um dia na 24 de Julho
aviou um sem lhe pôr o embrulho
Por azar o cliente tinha sida
fodeu-lhe o cu e fodeu-lhe a vida

Se não fosse aquele maldito desastre
nunca se teria tornado um traste
Esta aqui é só para relembrar
"Quanto mais depressa mais devagar"