sábado, março 19, 2005

Esta Noite Tive Medo

Esta noite tive medo.
Fui acordado por uma explosão que fez estremecer o quarto.
Senti o silvar dos engenhos a rasar a janela.
As cortinas a esvoaçar com a corrente de ar.
No escuro, viam-se bolas de fogo dos edificios antingidos.
Fiquei o resto da noite acordado, sem conseguir dormir.
As sirenes cruzavam a cidade toda a noite.
Eu encolhido a um canto.
Que mais podia fazer?
Esperei que a minha hora viesse, ou a manhã.
Contei o tempo a passar segundo a segundo.
Estava pretificado.
Apesar de tudo não estava preparado para morrer.
Nunca estamos.
Mas nem conseguia chorar, estava para ali paralisado á espera...
Que mais podia fazer senão esperar?
Quando rompeu a aurora é que me vieram as lágrimas.
Devagarinho, a encherem-me os olhos.
E depois convulsivamente,
Como uma libertação...um alívio.
Continuava Vivo!

Nota:
Dois anos passaram desde que o "senhor do Mundo" resolveu invadir uma nação que nunca atacara os Estados Unidos, uma nação que nunca ameaçara atacar os Estados Unidos, uma nação que nunca matou um único Americano.
Feliz dia do Pai senhor Bush.
Espero que seja o último!

segunda-feira, março 14, 2005

Embaralhar para quê?



A carta sem par no baralho que está sempre na minha mão...

quarta-feira, março 09, 2005

- Instantes -

quinta-feira, março 03, 2005

A Bem da Nação



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terça-feira, março 01, 2005

Crítica Cinematográfica

"Saw", um David Fincher de imitação
Não há nada de David Fincher em "Saw" e só por isso devia ser proibido citá-lo a propósito do filme de James Wan que anteontem abriu a Secção Oficial de Cinema Fantástico do Fantasporto: com o mesmo argumento (um assassino em série que não assassina, arranja é maneira de as vítimas se matarem), talvez David Fincher tivesse feito alguma coisa que merecesse uma consulta, ainda que facultativa, mas mesmo assim é duvidoso. Explicação abreviada para o anti-clímax que é o novo "Seven" (antes de mais, "Saw" não é um novo "Seven", é um mau "Seven"): um "casting" absolutamente falhado que inclui um patético Cary Elwes e, pior, um Danny Glover senil, ambos em papéis absolutamente cruciais para manter o argumento de pé. Sem um elenco minimamente capaz, "Saw" cumpre a sua vocação bastarda de filme de género - o género "serial killer" moralista que talvez só o "panache" de Fincher consiga resgatar da indigestão - e cumpre-a bem, a avaliar pelo retorno de bilheteira. Nos EUA, "Saw" foi suficientemente fenómeno para justificar uma sequela ("Saw 2", que esteve para ser, mas já não vai ser, filmado por James Wan); no Fantas, "Saw" fez rir a plateia quando era suposto a plateia rir e fez rir a plateia quando era suposto a plateia ter medo, abrindo em modo pelo menos duvidoso a competição principal de um festival que costuma ser muito competente nessas tarefas. Falso "huis-clos" - o filme de James Wan decorre numa casa-de-banho abandonada -, "Saw" não chega sequer a ser claustrofóbico: sai-se demasiado depressa do único sítio onde este filme poderia valer a pena, e ainda por cima sai-se para um sítio que não tem nada, mas mesmo nada, de especial.

Inês Nadais (PÚBLICO)

[E agora eu pergunto: o que é que esta senhora dirá a respeito das novelas da TVI?
Céus, igualdade de direitos, sim senhor e tal, mas continuo a achar que deviam proibir as mulheres de fazer críticas quando estivessem com o período...]