sexta-feira, julho 30, 2004

Ciência

Esta passou-me pela cabeça à poucos minutos...
Estava a dar uma vista de olhos pelo blog, enquanto comia uns amendoins (salgados; nunca gostei muito dos picantes!). Entretando há um deles que cai ao chão. Como estou muito gordo e me custa baixar pensei deixá-lo ali, desamparado... Porém rapidamente essa ideia começou a incomodar-me, tinha que o deitar no lixo. Instintivamente achei a solução para o meu problema: já que estava descalço (cheiro mal dos pés e em casa ando sempre descalço) agarrei o amendoim com o meu pé direito e coloquei-o com facilidade no caixote do lixo.
Estes são os factos. Que podemos concluir?

O homem descende do macaco.

Em abono desta tese, da semelhança entre os homens e os macacos, podemos incluir o texto da própria; decerto, na mente dos leitores, surgirá a dúvida ácerca da sua autoria: terá sido um macaco ou um homem a escrevê-lo?

Gervásio

quinta-feira, julho 29, 2004

Esperança

Estou à tua espera, aliás, estou impaciente... Não nos conhecemos, quer dizer nunca nos vimos, mas temo-nos "sentido" um ao outro, não é verdade :) ? Já sinto a tua falta... 
Desculpa se pareço nervoso, mas é a minha primeira vez, como deves calcular... espero não gorar as tuas expectativas; eu sei que vais superar as minhas...
Tenho a confessar-te que no início fiquei algo apreensivo e confuso com a notícia da tua vinda, deves ter notado... por outro lado também acredito que sintas agora a minha euforia e ansiedade pela tua chegada...
Sabes que vieste dar um novo sentido à minha vida? Sabes que agora tudo me parece possível e me sinto capaz de tudo? Completas-me...
Vem rápido... já temos tudo pronto, só faltas tu ;) !
És tudo aquilo que eu sempre quis sem nunca saber que o queria...

quarta-feira, julho 28, 2004

Memória

Não me lembro de me ter esquecido de ti...

sábado, julho 24, 2004

A Inquietude

No silêncio destas paredes pressinto noites tuas.
Sinto-me entrar em tuas intimidades nesta casa que foi tua e que eu nunca visitei.
Ouço o cantar dos galos no aproximar da hora em que irei enfiar-me nos lençois outrora teus.
Nostalgia de tempos não vividos,amores nunca repartidos,olho o vazio das paredes e vejo retratos teus.
Saudade infinita dos tempos em que jamais nos amamos.
Sinto-me percorrendo teu espaço,teu território,como conquistador maldito violando local sagrado,local pleno.
Não existes mais aqui,restam as paredes,tua cama onde irei dormir esta noite em total paz.

quarta-feira, julho 21, 2004

Istambul (Um Grito)

Istambul, 2.45 da manhã. O ininteligível vozear da turba multicolorida do Grande Bazar, na sua azáfama mercantil, e o insistente zumbido provocado pela amálgama de apitos e motores dos veículos a cruzarem a ponte Galata, deram lugar à quietude. Da janela do quarto avista-se o porto e as milhentas luzes dos navios ancorados; a cidade mergulha em socalcos até ao Bósforo, com os minaretes das mesquitas a riscarem o céu. Está um calor infernal, abafado. Uma ligeira aragem transporta uma longínqua canção árabe, que entra pelo quarto na sua hipnótica languidez... De repente, um grito!
Istambul, 2.45 da manhã. Omar está a dormir, um braço dependurado para fora do leito. Era o que ele, Mustafá, devia estar a fazer. Mas o maldito calor e a excitação em que se encontra impedem-no de adormecer. Até ao momento, tudo correra bem - já tinham a loira que o Emir Alif Keita encomendara e, a julgar pela amostra, ele ia ficar satisfeito. No entanto, não conseguia deixar de se preocupar com o dia seguinte, com a longa jornada de Istambul até ao Emirato - mais uma vez, pôs-se a rever mentalmente o percurso, sobretudo as partes mais complicadas como a passagem para o Irão ou a tomada do barco em Linga. Mas, com a ajuda de Alá, havia de correr tudo bem. Reconfortado por este pensamento, Mustafá começa a ceder ao cansaço, os olhos a fecharem, a cabeça a pender... De repente, um grito!
Istambul, 2.45 da manhã. Não entendia como pudera acompanhar tão facilmente os dois turcos que conhecera no jardim da universidade. É verdade que se sentia particularmente excitada, depois de uma manhã de compras com todas aquelas mãos que aproveitavam para a afagar enquanto a ajudavam a provar uma peça de roupa ou um artefacto de joalheria, mas isso não explicava a leviandade com que os seguira. Tinha sido bom, é certo, mas devia ter-se precavido, avisado alguém - qualquer coisa menos ter ido como fora. Agora, aprisionada, sem saber o que querem dela ou o que lhe poderá acontecer, não há ninguém para dar pela sua falta. Mesmo que do hotel participem o seu desaparecimento, não deixou qualquer pista que permita encontrá-la. Está entregue a si própria. E o raio das cordas que estão tão bem apertadas... De repente, um grito! O seu grito.

Letra de:Adolfo Augusto Martins Da Cruz Morais De Macedo

quinta-feira, julho 08, 2004

Verde e Vermelho

Hoje estou morto...