sábado, julho 24, 2004

A Inquietude

No silêncio destas paredes pressinto noites tuas.
Sinto-me entrar em tuas intimidades nesta casa que foi tua e que eu nunca visitei.
Ouço o cantar dos galos no aproximar da hora em que irei enfiar-me nos lençois outrora teus.
Nostalgia de tempos não vividos,amores nunca repartidos,olho o vazio das paredes e vejo retratos teus.
Saudade infinita dos tempos em que jamais nos amamos.
Sinto-me percorrendo teu espaço,teu território,como conquistador maldito violando local sagrado,local pleno.
Não existes mais aqui,restam as paredes,tua cama onde irei dormir esta noite em total paz.