sábado, dezembro 25, 2004

Judith

You're such an inspiration for the ways
That I'll never ever choose to be
Oh so many ways for me to show you
How the savior has abandoned you
Fuck your God Your Lord and your Christ
He did this
Took all you had and
Left you this way
Still you pray, you never stray
Never taste of the fruit
You never thought to question why
It's not like you killed someone
It's not like you drove a hateful spear into his side
Praise the one who left you
Broken down and paralyzed
He did it all for you
Oh so many many ways for me to show you
How your dogma has abandoned you
Pray to your Christ, to your god
Never taste of the fruit
Never stray, never break
Never choke on a lie
Even though he's the one who did this to you
You never thought to question why
Not like you killed someone
It's not like you drove a spiteful spear into his side
Talk to Jesus Christ
As if he knows the reasons why
He did it all for you
Did it all for you.

Parabéns Menino Jesus...

Letra de Maynard James Keenan
Música de A Perfect Circle

terça-feira, dezembro 07, 2004

A Casa Do Sitio Da Paz IV

Anda comigo. Por entre as árvores surgia agora um casarão fascinante. Fomo-nos encaminhando para a porta e entramos. Do lado direito havia uma sala enorme, com mobília encerada e uma máquina de escrever sobre uma longa mesa.
Perdi-me na imensidão do silêncio, na penumbra…um espelho.
Um tic-tic mágico despertou-me! Era ele a escrever à máquina, tic-tic tic-tic, nem parecia que estava a tripar. Encavalitado num armário ao fundo da sala, comia bombons, todo lambuzado.
Dissipei-me na observação daquele quadro vivo, emoldurado pelas sombras.
O tic-tic irritou-me e desapareci no ar translúcido das outras divisões.
Foi quando eles chegaram, é melhor ir avisá-lo, pensei, eles não devem gostar de ver um desconhecido a mexer na máquina, é nova, nem eu posso mexer…
Não fui e eles não gostaram, mas nada disseram porque eram bem-educados.
Perguntaram o que estava ele a fazer, perturbado, respondia incongruências sublinhando erva. Erva, sublinhava ele. Começaram por nada entender, pretexto para novas perguntas, mais estranhas e incisivas.
Chegaram mesmo a irritar-se e a berrar confusamente questões sem nexo.
-Porque sublinha ele erva? Perguntaram, e ele desnorteado, foi contar tudo…
Retirei-me para o meu quarto, onde ele já estava, depois, apareceu o meu tio que bateu no meu primo, eram de Lisboa, levando-o sem sequer me dirigir o olhar. As coisas acalmaram, foram todos não sei para onde, desapareceram, e eu fiquei deitado na cama a pensar nos estrondos e, raios, marimbando-me pura e simplesmente.
Ao acordar, pensei em mandar outra trip, eu tinha muitas num sei bem porquê, e como ainda era noite, esperei pelo nascer do dia na janela. Ainda estava tudo silencioso e escuro quando, de um lado surgiu uma espécie de lua cheia subindo devagarinho no céu, até estacionar um pouco acima da linha do horizonte e desaparecer. Surgiram mais luas, de ambos os lados, alternadamente, sempre outra mal a anterior acabada de desaparecer, até despontar uma lua escura que, subindo rapidamente no céu, estaca ao alto e ai se conserva- tinha nascido o dia.
Saí de casa e, cá fora caíam uns pingos de chuva, estava uma manhã cinzenta.
Enquanto procurava um sitio abrigado ia encontrando, acho que eram trabalhadores, com sacholas e saúde no olhar, e de cada vez que pensava ter encontrado um bom sítio surgiram dois, sempre dois, a virar uma curva na estrada, até que me sentei num banco em frente a um parque infantil cheio de catraios.
Ele sentou-se comigo.
Os putos olharam para mim de olhos muito abertos e, abandonando os baloiços e o escorrega num movimento imperceptível, aproximaram-se com vagar, sempre a olhar para mim de olhos muito abertos e, silenciosos, cautelosamente, sentaram-se frente a nós.
Deviam ser excursionistas pela maneira como falavam uns com os outros enquanto preparavam a merenda, e cada vez se sentavam mais. Já davam a volta á mesa que havia no meio dos bancos quando assim de um só gesto, uma delas se sentou a nosso lado e ficou silenciosa, a olhar em frente, mas ele estava demasiado ocupado a enrolar um charuto com um papel de embrulho que não colava. Depois de muito insistir, pareceu-me enfim seguro, acendeu um fósforo mas ele apagou-se antes que ele o conseguisse acender. Acendeu mais fósforos, e quando finalmente conseguiu que a ponta deitasse fumo, ele descolou-se e teve de o apagar. Tornou a tentar, mas desta vez para que não houvesse azar, meteu-o num artefacto de prata para que ele ficasse seguro. Depois procurou por fósforos mas eles tinham acabado, tocou no braço da excursionista e estendeu-lhe a ponta, ela disse que num queria, ele diz-lhe que não lhe estava a oferecer, mas sim a pedir fósforos, ela procurou e encontrou uma caixa deles, que lhe cedeu gentilmente. Perguntou-lhe se aquilo era droga, ele disse-lhe que sim, ela disse que não acreditava e ele encolheu os ombros.
Entretanto, passaram mais umas camionetas de excursão, que apitaram e todos dissemos adeus aos que iam lá dentro, adeus, até se deixarem de ver…
Foi então que tirei uma caixinha do bolso e da caixinha tirei um ácido, ela perguntou-me o que era aquilo, eu disse-lhe LSD, e meti-o á boca.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Exame De Guionismo

INT. RESIDÊNCIA MASCULINA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO, QUARTO – NOITE

QUARTO BASTANTE ILUMINADO. Desarrumação extrema. JORGE, 21 anos, bem constituído, 1.80m. Põe gel no cabelo em frente ao espelho grande do quarto. Cabelo curto. Calças de ganga um pouco largas e camisa azul escura. A porta do quarto BATE. RUI, 24 Anos, 1.85m, magro. Entra, de toalha. Ele partilha o quarto com Jorge.

JORGE
Ainda assim? Despacha-te rapaz! Já estou mais que pronto.

RUI
Calminha que a noite ainda é uma criança!... Em vez de estares aí a reclamar, podias dar um jeitinho aqui ao quarto. Daqui a nada mal conseguimos andar cá dentro!

JORGE
Pois. Tens cá uma lábia, tu! Despacha-te mas é.

Jorge começa a dar uma arrumadela leve ao quarto. Recolhe louça. Dobra roupa. Começa a surgir mais espaço no quarto. Rui veste as suas calças pretas de sempre, uma camisa preta. Calça as suas botas. Amarra o seu cabelo longo, liso, ainda molhado.

RUI
Viste? Demorei muito? Vamos lá embora, ó impaciente!

Rui olha em volta. Com um sorriso nos lábios comenta…

RUI
Mas que bem. Já parece mais um quarto, isto!

JORGE
Pois, pois. Quero ver como me vais agradecer!

Rui sorri. Saem do quarto.

INT. BAR, ENTRADA – NOITE

LUZ ESFUMAÇADA, avermelhada. Espaço amplo. Música dos THERION ECOA no bar. Rui e Jorge recolhem o cartão de consumo mínimo. Olham em volta. Um ambiente escuro avermelhado também. Um balcão. Umas 30 pessoas. Sofás negros, paredes vermelho escuro. Jorge vê um rosto conhecido. Acena de longe.

JORGE
Olha o GUILHERME. Vou lá cumprimentá-lo.

RUI
Vai… vou pedir algo para beber.

INT. BAR, BALCÃO -NOITE

Rui aproxima-se do balcão. Balcão longo, negro. Apoia-se nele. Segura o cartão de consumo. Espera que o BARMAN o atenda. Presta atenção à música que começa a soar… SLEEPLESS de ANATHEMA. Vira o pescoço, olha para trás. Visualiza com mais pormenor cada pessoa. Até que fixa uma mulher. Vulto delicado, feminino, magro. Vestido preto, comprido. Ombros e braços descobertos. Botas severas. Cabelos longos, em tons de negro avermelhado. Lisos, um liso brilhante. Olhos pintados de preto também. Ela olha-o. Os olhares cruzam-se e fixam-se, sem medos. São “interrompidos” pelo barman.

BARMAN
Por favor?...

Rui vira-se para o barman. Homem bastante entroncado, alto e careca. Rui atrapalha-se.

RUI
Hmm… Quero… (pausa) Uma sangria, por favor.

O barman anota no cartão de consumo de Rui. Rui olha novamente a rapariga. Ela continua de olhos fixos nele. Sentada num sofá. Um grupo de pessoas está com ela. Ela abstrai-se deles. Fixa-se única e exclusivamente nos olhos de Rui. O barman serve Rui.

RUI
Obrigado.

Rui vira-se de costas para o balcão. Senta-se num dos bancos. Bebe pausadamente a sua sangria. Continua a observar cada gesto da rapariga. Ela olha-o de vez em quando. Ele sente-se inibido mas não desvia o olhar. Jorge aproxima-se de Rui, risonho.

JORGE
Então?... hmmm… Essa sangria tem bom aspecto.

Rui responde olhando a rapariga fixamente.

RUI
Sim, ela realmente é saborosa… muito tentadora…

Jorge olha Rui intrigado com o tom de voz dele e com o comentário feito. Repara que Rui fixa um ponto. Segue o olhar dele. Apercebe-se da presença da rapariga.

JORGE
Ui… Conhece-la de algum lado?

RUI
Hã?

Rui olha Jorge.

JORGE
Sim… estavas a comer a rapariga com os olhos! Conhece-la?

Rui volta a olhá-la. Ambos a olham agora.

RUI
Não. Mas… (pausa)

JORGE
Mas???

RUI
Quero!

Rui levanta-se do banco, olhando-a. Volta a sentar-se.

RUI
Não tenho lata! Chego lá e digo-lhe o quê? Olha, acho-te bela demais. Como te chamas? Isso é vulgar!!

Jorge ri-se.

JORGE
Deixa-me mas é pedir uma sangriazinha dessas que está mesmo com bom aspecto.

Jorge vira-se para o barman e estica o cartão. Pede uma sangria. Enquanto espera…

JORGE
Estás bem a ouvir o que está a dar? Não vejo a hora destes gajos actuarem cá! Anathema ao vivo… que loucura!! A Forgotten Hopes versão acústica fica estrondosa! É verdade… já sacaste as tabs da net? (pausa) Rui??? (pausa)

Jorge dá um encontrão no braço de Rui.

JORGE
Então? Estás surdo pá?

Rui olha Jorge desorientado.

RUI
(Sorri)
É pá, desculpa… Acho que estou hipnotizado!

Jorge ri-se.

JORGE
Ai ai… Tenho uma leve impressão que hoje vou sozinho para casa.

Jorge vira-se para o balcão de novo. Recebe e agradece a sangria. A rapariga levanta-se olhando Rui. Sorri para ele. Faz-lhe gesto: “Segue-me”. Rui levanta-se do banco. Olha Jorge. Sorri.


RUI
Bem… Já venho… ou talvez não.

JORGE
(Sorri)
Pois. Vou mais pela segunda. Vai lá. Vou ter ali com o pessoal do Guilherme. Diverte-te…

Jorge bate no braço de Rui e ri-se. Rui segue a rapariga com o copo na mão.

INT. BAR, CORREDOR ISOLADO – NOITE

A rapariga espera-o encostada à parede. Olha-o com olhar sedutor. Rui aproxima-se lentamente, segurando o copo. Olha-a bem fundo também. Ficam frente a frente, à distância de meio metro, aproximadamente.

RUI
(com tom baixo)
Tens…

Rui é interrompido pelo dedo dela, que lhe cobre os lábios. Unhas um pouco compridas, pintadas de violeta forte. Ambos se devoram com o olhar. OUVE-SE ORESTES DE A PERFECT CIRCLE. Intercalam os olhares entre os olhos e as bocas de ambos. Envolvem-se no momento, na música. Ela aproxima a sua boca da dele. Olha-o nos olhos. Retira o dedo que cobre os lábios de Rui. Roça os lábios dela nos dele. Suavemente. Afasta ligeiramente a boca, de olhos fechados. A língua dela delineia os lábios dele. Ele está completamente rendido. Parado, de boca entreaberta. Olhos fechados. Braço esquerdo estendido pelo corpo, mão direita segurando o copo. SUBITAMENTE ela afasta a sua cara da dele. Rui abre os olhos.

RAQUEL
(sussurra)
RAQUEL…

Raquel envolve o pescoço de Rui com a mão direita. A esquerda toca a mão esquerda dele. Entrelaçam-nas. Beijam-se loucamente. Rui encosta-se a Raquel. Deixa cair o copo com o resto de sangria. Não parte, chão alcatifado. Os dois contra a parede. Roçam-se, beijam-se que nem doidos. PEQUENOS GEMIDOS se ouvem deles. Rui devora o pescoço branco de Raquel. Raquel sussurra ofegante…

RAQUEL
Vem comigo…

Raquel puxa Rui. Ele segue-a puxado pela mão. Está despenteado. O elástico do cabelo quase cai, os cabelos querem desprender-se.

EXT. BAR, PORTA – NOITE

Saem ambos do bar. Noite iluminada por um luar intenso. Brisa quente. Param, um frente ao outro. Ele passa a mão pelo ombro dela… afasta-lhe os cabelos. Olham-se sempre bem fundo. Ambos esboçam um sedutor e cúmplice sorriso.

RUI
(com voz suave, pausada)
Raquel… (pausa) Quem és tu?...

RAQUEL
Mais uma pessoa, assim como aqueles miúdos ali, como aquelas pessoas que estão dentro daquela sala a ver televisão… (pausa) como tu…

Rui sorri.

RUI
Rui… é o meu nome!...

RAQUEL
Vem comigo… Rui…

Afastam-se da porta do bar. Raquel puxa Rui pela mão.

INT. APARTAMENTO DE RAQUEL – NOITE

OUVE-SE A CHAVE NA FECHADURA. Uma volta… duas voltas… A porta abre-se. Ambiente apenas ligeiramente ILUMINADO PELA LUA QUE PENETRA NUMA JANELA PEQUENA. Raquel entra seguida de Rui. Rui fecha a porta e prende Raquel entre a mesma e ele. Abraça Raquel pela cintura, envolve-a nos braços fortemente. Raquel envolve Rui pelo pescoço. Beijam-se loucamente. RESPIRAÇÕES OFEGANTES. Rui pega na perna de Raquel, levanta-a. Roça-se a ela. Simulam penetração. Estão verdadeiramente excitados.

RUI
(voz totalmente ofegante, trémula)
Quero-te demais e nem te conheço. Deixas-me louco…

Rui segura o queixo de Raquel suavemente. Desenha seus lábios com o polegar. Olha a boca dela. Aproxima sua boca da dela, lentamente. Trinca docemente o lábio inferior de Raquel. Olha-a nos olhos.

RUI
Quero a tua cama. Conduz-me a ela.

Raquel beija Rui. Um longo beijo molhado. Enquanto se beijam ela empurra-o para o quarto.

INT. APARTAMENTO DE RAQUEL, QUARTO – NOITE

Raquel puxa Rui pelas duas mãos. Está de frente para ele. Seduze-lo com o olhar. Com um andar “marcha-atrás” sensual. Quarto pequeno. Uma cama larga, manta violeta. Uma mesa-de-cabeceira escura. Um guarda-fatos embutido, grande. Um espelho enorme emoldura a cama. Secretária velha, papéis espalhados. Janela grande dá passagem para uma varanda. Persiana corrida. O luar penetra nos buracos da mesma dando uma LUZ TÉNUE E ENVOLVENTE.

RAQUEL
Deixa-me acender uma vela.

Rui olha em volta, senta-se na cama. Olha Raquel, que dobrada, acende uma vela vermelha, quadrada, em cima da mesa-de-cabeceira.

RUI
Nunca te vi no bar. Costumo ir lá frequentemente…

RAQUEL
Pois… Não sou muito de sair. Hoje é que fui arrastada para lá… E… (pausa) ainda bem…

Raquel olha para Rui sorridente. Rui sorri também e puxa Raquel para ele. Raquel fica de pé, entre as pernas de Rui. Este beija a barriga dela. Envolve a anca dela com ambas as mãos. Desliza as mesmas pelas pernas de Raquel. Levanta o vestido dela. Sente as meias pretas de rede. Sobe lentamente. Ao aproximar suas mãos do sexo de Raquel, ela acaricia os cabelos de Rui, fecha os olhos, morde o lábio, inclina a cabeça para traz. SOLTA UM LEVE GEMIDO ao sentir o toque de Rui no seu sexo, ainda coberto pelas meias e cuecas.

RAQUEL
(ofegante)
Possui-me…

Rui deita-a violentamente na cama. Passa sua mão dos peitos dela ao ventre. Desce e sobe. Envolve o pescoço dela. Olha-a com um ar severo. Beija-a fortemente. Ela geme. Empurra os ombros dele. Afasta a boca da dele.

RAQUEL
Mais devagar…

RUI
Provocas-me tanto… Como queres que esteja calmo? Deixas-me louco… louco!!

Rui, extremamente excitado, continua a possui-la de forma agressiva. Baixa violentamente o vestido de Raquel. Os peitos ficam descobertos. Agarra neles com ambas as mãos enquanto beija Raquel de forma desesperada e se roça no sexo dela. Raquel começa a mexer-se violentamente também, como que rejeitando Rui. LEVANTA O TOM DE VOZ…

RAQUEL
Pára Rui…

RUI
Que foi? Não gostas?

Rui chupa o pescoço de Raquel. Desce e começa a sugar-lhe os seios.

RAQUEL
Estás a magoar-me Rui!!! Pára!!!

Raquel começa a fazer movimentos de recusa. Mas Rui continua. Põe a mão por baixo das cuecas dela e começa a acariciá-la. Raquel geme mas chora ao mesmo tempo. Rui continua a sugar-lhe violentamente os seios. Pára de acariciar Raquel. Desaperta as calças dele. Beija Raquel simultaneamente. Raquel foge do beijo de Rui.

RAQUEL
Rui, pára! Estás bruto demais.

Rui não pára. Tira o sexo dele para fora das calças. Baixa as meias e cuecas de Raquel. Penetra-a. Ele geme. Ela chora.

RAQUEL
Pára Rui…

Raquel começa a desesperar. Olha o tecto com olhar fixo, inchado. Olhar revoltado. Rui penetra-a com movimentos rápidos e firmes. Geme muito. Raquel não reage. Chora com aquele olhar fixo no tecto. DE REPENTE, Raquel chora mais forte. Olhar insurrecto. Começa a dizer entre-dentes…

RAQUEL
Pára… pára.. pára…

Aumenta o tom de voz. SUBITAMENTE, Raquel olha para Rui. Dirige suas mãos para o pescoço dele. Começa a apertá-lo. Cada vez mais. Rui estranha. Pára. Pega nos pulsos de Raquel com força e tenta impedi-la. Rui respira com dificuldade. Olha Raquel indignado. As mãos dela apertam mais e mais. Raquel repete entre-dentes, com olhar revoltado olhando Rui…

RAQUEL
Mais não… mais não… mais não…

Rui começa a ficar vermelho. Mais vermelho. Não consegue respirar. Tenta impedi-la mas começa a perder forças. SOLTA UNS SONS.

RUI
P… Á… R… (pausa) A!!!!

SUBITAMENTE, Rui cai para o lado. Olhos abertos. Expressão desesperada. Não respira mais. Raquel respira arquejante. Olhos esbugalhados. Expressão desesperada também. Raquel afasta-se de Rui. Olha em volta. Tapa a boca e chora. Apercebe-se do que aconteceu. Levanta-se e anda às voltas no quarto. Passos rápidos e desesperados. Senta-se na cama. Acalma-se olhando Rui com olhos bem inchados.

RAQUEL
(voz trémula, baixa e pausada)
Porque foste bruto? Estavas a ser tão delicado… Porque tinhas de me lembrar o meu pai?...

A vela apaga-se.

Autora e colaboração de Andrea Melissa Campinos de Sousa,estudante de Design Multimédia na UBI.

(Obrigado marida * )