quinta-feira, julho 05, 2007

Finess

Hoje levantei-me cedo; fiz a barba e vesti o fato preto com a gravata em tons de vermelho.
Bem aperaltado como estava decidi viajar: fui passear no Metro. Depois de várias voltas nas várias linhas - primeiro a amarela, depois a verde e até a azul, saindo nas terminais e iniciando nova volta do outro lado -, sentado sozinho, sentindo a oscilação do comboio, comecei a pensar (tenho feito muito isto ultimamente: pensar!) no que poderia fazer para que as pessoas se orgulhassem de mim. Subitamente tive vontade de espancar toda a gente na carruagem... Isso é que era! Diria a minha mãe, "Boa meu filho, deste cabo deles!" e diria o meu filho, "És o pai mais forte do mundo!"; porém, após uns momentos, o meu sorriso esmoreceu quando caí na realidade e me lembrei que era um cobarde. E é sabido que o cobarde só faz uma coisa: acobardar-se...
Voltei p'ra casa e despi o fato.

1 Comments:

At segunda-feira, julho 09, 2007 8:13:00 da manhã, Blogger PUNITOR said...

2 anos não apagam o fracasso de uma década, para não dizer de uma vida, assim como 4 não eliminam o orgulho de 23. Já estive nessa carruagem bem mais tempo do que tu. Continuo a entrar e a sair, mas já sei que não quero permanecer. Se passo mais que dois minutos dentro dela, sei que posso ficar para sempre... Certo é que nunca me vou eskecer do tempo que estive lá e se por algum instante isso acontecer, muita gente haverá para me recordar.
Sem querer parecer ingrato e sabes bem que não o sou, caga nas expectativas que as pessoas depositam ou depositavam em ti. Começa pelas "pequenas coisas", a tua self-esteem, your own pride. Abre os olhos e repara que as pessoas que mais pedras te atiram são aquelas que têm telhas de vidro. Não ripostes. Levanta a cabeça e faz o que for preciso para
voltares a gostar do que vês no espelho. O resto virá por acréscimo.


Your bro, who's proud since 23 years ago and at least the double to come

 

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