sábado, novembro 13, 2004

Um Dia Na Vida

Havia um caminho ali atrás que não segui, e aquele era o certo.
Sei-o agora que já estou muito para lá de qualquer possível volta atrás.
Todo o percurso que realizei até aqui, foi feito em total sigilo.
Não quero andar mais, não posso andar mais, tudo isto é muito diferente daquilo que eu imaginei e talvez por isso não saiba de mim nem tão pouco onde estou.
Sem que me sinta ou veja, quanto mais avanço mais me encontro no mesmo sítio, está na altura de pedir ajuda, mas não passa aqui ninguém…será isto possível?
Para onde foi toda a gente que aqui estava ainda agora?
Não vi ninguém, mas sei que sempre aqui estiveram á espera do primeiro tombo ou do primeiro desvaire, que venham agora julgar-me como se nunca o tivessem feito sem saber sequer o que dizem.
Chove, está a chover.
Uma trovoada no cérebro, chumbo nas artérias…o que tu não querias saber.
O TEMPO ESTÁ CONTADO!
Vou correr, vou fazer-me de morto, mas espera, tudo isto já fiz e de nada adiantou… ou será que sim? Será que me viste passar enquanto fugi-a de tudo como sempre faço?
Querias falar comigo? Porque não me mandaste parar? Insistias!
Agora no caminho de regresso a casa, espero por tudo que á muito não tenho, mas será isso que realmente me faz falta ou será tudo fruto da paranóia de quem mora na minha cabeça?
Diz-me tu, são coisas que se me perguntem?
E se inventássemos o mar de volta?
E se inventássemos partir para nunca mais voltar?
É a vida uma ilusão e a morte uma realidade absoluta e irredutível?
Não te condenes ao silêncio, responde-me por favor!
Sabes á quanto tempo não ouço a tua voz e a falta que ela me faz no vazio em que está a minha cabeça?
Não deves fazer a mínima ideia.
E olhei eu para trás para ver se tu olhavas para mim e me vias a olhar para ti…

1 Comments:

At sábado, janeiro 01, 2005 8:03:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Há sempre aquele momento em que a vida nos coloca numa encruzilhada. Estamos certos do que queremos, mas... demorámos tempo demais a agir, a pensar.
O que fazer agora?
Inventar? É uma hipótese? A questão é que por vezes inventar toma muita da nossa energia e mutio do nosso tempo. E ele não pára...
Outra hipótese é, quem sabe, como um malabarista, por as bolas todas no ar e esperar que nenhuma caia ao chão.
No fim fica sempre a certeza de que nunca sabemos se o caminho que ficou para trás era o certo ou o errado!!!

 

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