quarta-feira, maio 19, 2004

A Casa Do Sitio Da Paz III

Saí a correr pela noite fora,como lava a sair da cratera de um vulcão que cada vez mais se espalhava e ardia como fogo vivo que percorria as sombras...Gritava ,sentia, mas não a vi-a na penumbra do meu recanto.
Lembro-me de me sentar no meio da estrada,da rua sem fim,pelos lugares que mudavam de côr, e entrar na Casa Do Sitio Da Paz.
Tremia de dor,arrepiava-me,suave dor que não via,dor que não sentia.Corria numa igreja a crescer quando fui surpreendido pelo inexplicável que me levou a bater com a cabeça numa porta de ferro.Revoltava-me todo naquelas salas...ah! que raiva!
Pensava no que podia ter aprendido e em tudo aquilo que nunca iria aplicar.
Paradas,andantes,sombras ilustradas,caras desfeitas no Mundo dos artistas,enquanto eu me encontrava no centro de uma plantação,não seria uma ampliação mas sim uma visão da minha mão.
Viajava pelas nuvens e perguntava-me onde estou?
Talvez no céu azul e infinito ou no estrelato da noite?
Não,apenas na imaginação do momento.
A música perseguia-me,arrastava-me como amiga,lembrava paraisos,revivi-a Infernos,uma mistura de sentimentos tal que me cortava da realidade.
Dentro de mim nasce a energia destruidora.
Parei,pensei e andei,abri a porta e entrei no quarto.
As luzes mudavam constantemente de côr,nas paredes via sombras viajantes que me convidaram a olhar para o Além....