quinta-feira, maio 06, 2004

A Casa Do Sitio Da Paz I

Estavam todas juntas, 400 bruxas, há espera, há espera, há espera da lua cheia. Ondas estacionárias.Estacionadas.Estação?Primavera.Sangue.Sangue.Sangue.Batidas quebradas, línguas bifurcadas. Pé de cabra, abracadabra. Uma cabra. Macabra. Guitarras em distorção,torção, torniquete, tortura, tontura, desmaio, é Maio. Ou Abril? O martelo bate, bate, bate, bate, bate. O machado abate. A fogueira é acesa. Dá-me uma mezinha, mãezinha. Deus te valha, velha. Por Lúcifer, como esta luz fere. E queima, queima, queima. E está tanto frio lá fora.Àgua,água,água.Não quero a enxada para nada-a vassoura é a minha lavoura. Griiitttto. E danço com as minhas amigas. Em roda, em circulo, em ciclo, em triciclo, em tridente, ao gato preto não se olha ao dente. Coro. Voa, Voa, o diabo tem-te debaixo de olho. Chiu. E dança outra vez, pós-punk no arranque. Arranca e pára. Arranca mais cabelos, unhas, olhos, dentes, orelhas, sexos. Trovoada. Chuva. Lua Cheia. Os tambores chamam. As chamas também. Uma chama que chama. Faz-me a cama, põe-me a mesa, lava-me a roupa. E mais, ama-me a mim. Mim mim mim. Bum bum bum, faz o baixo ali em baixo. Morre. Morre. Miado morto matado. Leões, tigres, feitiços, meninas, meninas, porque tenho eu rido do ruído?? Um orgão de igreja. Um coro celestial. Celeste-animal. Estavam todas juntas, veio um chibo velho dançar no adro, alguém morreu...