O Professor Morreu
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada hà covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
A Morte saiu à rua, Zeca Afonso
1 Comments:
O tempo tudo apaga, tudo distorce...
Na altura em que postei esta letra do Zeca Afonso era fácil perceber a razão pela qual alterei o título: em vez do orignal "O Pintor Morreu", aparece "O Professor Morreu".
Porém agora, passados exactamente 5 meses, cumpre deixar aqui uma nota para que se perceba esta alteração.
Este post foi uma pequena homenagem ao PROFESSOR SOUSA FRANCO, que partiu a 09 de Junho de 2004.
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